terça-feira, 16 de março de 2010

Globalização e sociedade de risco

Índice



Introdução

Capítulo 1 – Conceito de Globalização

Capitulo 2 – Conceito de Novas Tecnologias de Informação e
Comunicação (N.T.I.C.) -
2.1 – Breve abordagem à História da Internet
2.2 – Conceito de rede
2.3 – O Processo de evolução das redes

Capítulo 3 – Interacções: Globalização e N.T.I.C. –
3.1 – Globalização e Internacionalização (diferenças). A
Internet como rede internacional

Capítulo 4 – O impacto das N.T.I.C. –
4.1 – A corrente ideológica das conexões em
rede

Capítulo 5 – A Economia Global como resultado da utilização das
N.T.I.C.
5.1 – O comércio electrónico
5.2 – A Economia Global enquanto Economia da Informação

Capítulo 6 – A Sociedade de Informação –
6.1 – A Internet enquanto espaço livre de informação e de comunicação
6.2 – Os perigos da Internet.

Capítulo 7 – A Educação, a Informação e a Formação cultural Global e as N.T.I.C. -
7.1 – A cibercultura
7.2 – O Universalismo
7.3 – A adaptação da máquina à Humanidade
7.4 – O Direito das minorias
7.5 – A Democracia globalizante: a importância da
Democracia Directa on-line
7.6 – A Internet, questões laborais e o Sindicalismo
7.7– Como combater o desemprego e o trabalho precário
7.8– Redes para os cuidados de saúde

Capítulo 8 – Tornar a Globalização e as N.T.I.C. eficazes e funcionais
para mais pessoas
8.1 – Taxas de ligação à Internet

Conclusão

Bibliografia

Pesquisa electrónica































Introdução –

“ A longo prazo, os pc e estações de trabalho entrarão em declínio porque o acesso aos computadores estará em toda a parte: nas paredes, nos pulsos e nos computadores de rascunho, como papel de rascunho prontos a serem utilizados se necessário (Marx Weiser, Xerox PARC)”.
De acordo com Michio Kako, em 2020, a era da informática omnipresente deverá estar no auge, mas depois desta data o mundo dos computadores poderá ser dominado por computadores invisíveis, ligados em rede, dotados das capacidades da inteligência artificial: razão, reconhecimento da fala e até bom senso.
Depois de 2050, os dispositivos informáticos serão autoconscientes.
Cabe-nos a nós descobrir como a revolução informática terá impacto na nossa vida familiar, laboral e como esta vai aproximar e tornar as sociedades mais solidárias e, fundamentalmente, com vai globalizar-nos e fazer com que nos tornemos parte de um todo e todos, sem excepção, “ senhores do espaço e do tempo”.


























Capitulo 1 – Conceito de Globalização –

Conceito de Aldeia Global – O conceito de "aldeia global", criado pelo sociólogo canadiano Marshall McLuhan [1], significa que o progresso tecnológico está a reduzir todo o planeta à mesma situação que ocorre numa aldeia, ou seja, a possibilidade de se intercomunicar directamente com qualquer pessoa que nela vive. Marshall McLuhan foi o primeiro filósofo das transformações sociais provocadas pela revolução tecnológica do computador e das telecomunicações.
A globalização é um dos processos de integração económica, social, cultural e política originados pela rapidez dos meios de transporte e de comunicação internacionais vivenciados no final do século XX e início do século XXI, como resultado da revolução tecnológica.
As principais características da Globalização são:
- Maior crescimento dos centros urbanos;
- Mundialização significativa das empresas;
- Revolução tecnológica nas comunicações e na electrónica;
- Nova organização mundial em blocos comerciais;
- Multiculturalismo acentuado
- Universalização do acesso a meios de comunicação, graças à descida de preços dos aparelhos, sobretudo celulares e os de infra-estruturas para as operadoras;
- Afectação das comunicações (meios de comunicação cada vez mais rápidos), comércio internacional e liberdade de movimentações;
- Maior interdependência entre países;
- Grande instabilidade económica internacional.
A globalização das comunicações tem sua face mais visível na internet, a rede mundial de computadores, possível graças a acordos e protocolos entre diferentes entidades privadas da área de telecomunicações e governos no mundo. Isto permitiu um fluxo de troca de ideias e informações sem precedentes na história da humanidade. Se antes uma pessoa estava limitada a imprensa local, agora ela mesma pode tornar-se parte da imprensa e observar as tendências do mundo inteiro, tendo apenas como factor de limitação a barreira linguística.
Outra característica da globalização das comunicações é o aumento da universalização do acesso a meios de comunicação, graças ao descida dos preços dos aparelhos, principalmente celulares e os de infra-estrutura para as operadoras, com aumento da cobertura e incremento geral da qualidade graças à inovação tecnológica.
Já há a possibilidade de saber exactamente onde é que determinado veículo terrestre ou marítimo, com determinada matricula está e para onde vai a cada momento. Isto é importante do ponto de vista da Segurança.
Como Maria Cristina Castilho Costa (Ficção, Comunicação e Mídias, São Paulo, Ed. Senac, 2002) assinala, “Embora a Internet seja a parte mais visível desse processo é preciso entender que uma transformação profunda se realiza na Sociedade, mudando radicalmente os processos produtivos, as relações entre as partes neles envolvidas e a comunicação. Emerge na década de 70 uma sociedade automatizada, integrada e globalizada, cujas relações se estabelecem sob a forma de redes descentralizadas, multidireccionais reintegradas por pólos que constituem posições individuais. Esse sistema em rede assume os mais diversos desenhos em diferentes níveis da sociedade dentro das empresas, no comércio local e internacional, no mercado financeiro, nas articulações políticas e nas comunicações. A Internet é o mais amplo e conhecido exemplo dessas redes”.
Capítulo 2 – Conceito de Novas Tecnologias de Informação e Comunicação –
Chamam-se de Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC) as tecnologias e métodos para comunicar surgidas no contexto da Revolução Informacional, "Revolução Telemática" ou Terceira Revolução Industrial, desenvolvidas a partir dos anos setenta dos século XX e, sobretudo, nos anos noventa do mesmo século.
Alan Turing, mesmo antes da II GM, publicou um modelo teórico de uma máquina que seria mais tarde a base de toda a computação. Uma máquina que lia, apagava e escrevia dígitos numa linha. Processava 0 e 1 numa unidade de fita magnética de comprimento infinito e que efectuava uma série de comandos básicos.
No final do século XX pensou-se no renascimento da Cibernética, pensou-se em Teoria dos Caos, em complexidade, em conexismos e redes ( Ilya Prigogine, Isabelle Stengers, 1977, “ Order Out of Chaos”).


Características das NTIC:
- Agilização, horizontalidade e virtualidade do conteúdo da comunicação através da digitalização da transmissão de informações;
- Utilização das mesmas pelos governos, empresas, indivíduos e sectores sociais) tendo possibilitado o advento da sociedade de informação;
- São interactivas, ou seja, aqueles que integram redes de conexão operacionalizadas por meio das NTIC fazem parte do envio e do recebimento das informações.
Consideram-se NTIC
- Os computadores pessoais;
- As impressoras;
- As webcamps;
- Cd`s e DVD`S;
- Discos rígidos, cartões de memória, pendrives e zipdrives;
- Os telemóveis;
- A TV por assinatura;
- TV cabo;
- TV por antena parabólica;
- O correio electrónico;
- A Worl Wide Web (principal interface gráfica da Internet);
- Os wibesites e home pages;
- Os quadros de discussão ( message boards);
- O Streaming (fluxo contínuo de áudio e vídeo internet);
- O podcasting (transmissão sob demanda de áudio e vídeo via internet);
- As tecnologias digitais de captação e tratamento de imagens e sons;
- Os scanners;
- A fotografia digital;
- O vídeo digital;
- O cinema digital;
- A TV digital e o rádio digital;
- As tecnologias de acesso remoto (wireless);
- O Wi – fi;
- O Bluetooth.
Tratam-se de tecnologias novas que promovem a comunicação mas também de modelos de organização social e económica, criando novas audiências, novas formas de linguagem e novas formas de conhecimento, possuindo características de comunicação multimédia, interactiva, virtual e global.
As novas tecnologia de comunicação levam a educação a uma nova dimensão. Esta nova dimensão é a capacidade de encontrar uma lógica dentro do caos de informações que muitas vezes possuímos, organizar e sintetizar coerentemente a informações dentro de uma área de conhecimento.
Grosso modo as NTIC são a Internet, os telemóveis, a televisão digital, consolas de jogos, rádio e jornais on-line.
De acordo com Manuel Castells, Ignacio Ramonet, Saria Livingstone e Dominique Wolton as NTIC afectam as organizações, os processos políticos e o comércio global e sobretudo o dia a dia das populações através:
- Novas formas de organização da produção;
- Novas formas de acesso ao conhecimento;
- Novas formas de funcionamento da Economia;
- Novas formas e Cultura;
- Nova gestão do tempo e do espaço;
- Novas redes de relacionamento (entre empresas, familiares, amigos, entre Estados e cidadãos, ou entre Nações).
As Novas Tecnologias de Informação, abre portas ao utilizador, misturando som e imagem num único elemento e dando-lhe interactividade multifuncional: o receptor pode manipular, operar e reorganizar a informação que recebe. Pode, por exemplo, “entrar” na Fundação Calouste Gulbenkian e explorar toda a informação disponível ou uma viagem turística noutro ponto do planeta ou a outro momento da História.

2.1 – Breve abordagem à História da Internet –
As redes de computadores começaram a ser inicialmente utilizadas pelos Estados (durante a guerra fria) para fornecer material militar e pelas Instituições de Ensino. Mais tarde, começaram a ser utilizadas por grandes empresas e finalmente alargaram-se e expandiram-se económica e politicamente em direcção à era digital e à Economia Global.
Quanto à Informática do ponto de vista histórico, o primeiro computador do Mundo começou a ser pensado ainda durante a II GM para construção balística. Tratava-se de uma grande máquina para efectuar cálculos. Era um computador muito diferente daquele que conhecemos hoje. Pesava 30 toneladas e consumia 200 000 Watts de potência de ocupava várias salas. Em 1955, um computador já só pesava 3 toneladas e consumia 50 Kwatts de potência.
Com o rápido crescimento dos transístores, entre 1952 e 1960, os tubos de vácuo tornaram-se obsoletos e foi este avanço tecnológico que permitiu a criação de máquinas mais rápidas e mais pequenas.
Nos meados da década de 70, os computadores começaram a ter preços mais acessíveis. Em 1981, a IBM lançou no mercado o PC. O PC distinguia-se das máquinas existentes por estar dirigido a utilizadores individuais. Os computadores eram centralizados e os utilizadores tinham apenas um monitor e um teclado sendo todo o processo realizado no servidor.
O PC nos dias de hoje, permite-nos estar ligados ao resto do mundo onde que estejamos.
A Internet é hoje a rede universal capaz de ligar todas as redes locais ou especializadas de comunicações informáticas, graças a um protocolo de permuta e transmissão de dados: TCP/IP.
Existem ainda subprotocolos:
- Web;
- E-mail;
- Grupos de discussão (newsgroup);
- Blog;
- Conversas directas (chat);
- Transferência de ficheiros;
- Partilha de recursos informáticos.

2.2 – Conceito de rede – conjunto de personal computers (pc) a um nível físico. Deste modo, as redes estão montadas quando os PC`s estão ligados através de telecomunicações de linhas telefónicas, de cobre, fibras ópticas ou satélites de difusão, de wireless. Os comutadores e encaminhadores (reuters) codificam as mensagens em forma digital e dividem-nas em pacotes de dados adicionam-lhes endereços e estabelecendo uma via de transmissão para cada um deles.
As redes utilizam protocolos, que são programas que permitem que os pC`s interligados troquem mensagens entre si. Os protolocos, estabelecem ligações fluidas e versáteis de informação entre utilizadores, permitindo interligar pessoas de uma forma supranacional. Daí a vertente internacional da utilização da internet.
De todos os Média e máquinas que surgiram no final do século XX, a Internet é a que melhor define o mundo contemporâneo, caracterizando-o não linearmente. A informação não se encontra linearmente apresentada mas lateralmente.
A rede está para o século XXI como a fábrica estava para o século XX e esta é uma estrutura de organização da informação, da comunicação e do conhecimento cuja a utilidade mais importante é a Internet, permitindo a mesma a divulgação global das tecnologias nela incluída.

2.3 – O Processo de evolução das redes –
Até ao final dos anos oitenta do século XX as redes tinham as seguintes Características:
- Utilizações académicas;
- Centro de redes;
- Redes locais;
- Serviços comerciais on-line;
- Correio electrónico;
- Boletins;
- A rede duplica de ano para ano;
- O acesso estava rigidamente limitado a estudantes, informáticos e académicos;
- Anárquica utilização privada.
Mais tarde – características:
- Expansão maciça da Internet:
- Chegada dos cibercafés;
- Terminais públicos;
- Preços mais baixos;
- Conjunto de centros com tendências socioculturais.
A Internet cresceu não só no Ocidente, mas também em todos os países do Mundo.
- Desenvolvimento da Worl Wide Web – interface user-friendly, interactive e multimédia que utiliza HTML (Hypertext Markup Lamguage);faz o levantamento da informação com o centro e com qualquer outro site. A Internet ganhou um Centro Comercial net e elevado nível de inter-ligação de PC`s, páginas, ligações, utilizadores e personagens para uma rede que passou a conter galerias, livrarias, centros comerciais, mostruários de empresas. Cada uma das páginas está ligada a outras.
Surge, em sequência deste grande centro comercial na Internet, uma Economia de Escala (por exemplo, a Amazon, maior livraria do mundo e on-line).
Quando os utilizadores da Internet, na actualidade, dedilham as teclas, estão a ligar-se a um vasto plano distribuído que é composto não somente por PC`s mas também por seres humanos e linhas telefónicas, por zeros e uns do código máquina, pelos comutadores dos circuitos eléctricos, pelas ondas que fluem na actividade neuroquímica, pelos pensamentos e desejos dos utilizadores. Os impulsos humanos deslocam-se através dos circuitos eléctricos dos PC`s 1 milhão de vezes mais depressa dos que se transmitem através dos circuitos do cérebro.
Na Cibernética (Ciência que estuda e regula os comandos automáticos) as máquinas detêm “órgãos sensores” receptores e transmissores das mensagens que vêm do exterior e do interior através de fluxos de energia, do metabolismo humano e fluxo de mensagens, de impressões, que vão entrando e das acções das mensagens que vão saindo. E, uma coisa é certa, esta forma de comunicação não tem Estado-Nação e faz parte de uma rede internacional de informação.
Os sistemas ou circuitos cibernéticos, à semelhança do que se passa na Internet, gozam de uma relação dinâmica e interactiva com o seu meio ambiente e, tal como o Sistema Internacional parecem possuir uma inexorável tendência para a anarquia, para uma desordem crescente, de complexidades e de conexismos.
O Ciberespaço (termo que designa o universo constituído pelos computadores ligados em rede) conflui sentimentos universais que direccionam os seres humanos a qualquer lugar no mesmo.
A comunicação interpessoal da Internet inclui o e-mail, o newsgroups, os chats e os blogs enquanto a comunicação de massa é constituída pela World Wide Web.
O aumento da eficiência e eficácia das redes permitiu a sua utilização com enorme profundidade por um número cada vez maior de utilizadores.
A linha RDIS, criada pela norma de operação Euro-RDiS é uma rede digital com integração de serviços, sendo uma rede informática com capacidade de transmissão de textos, dados, voz e imagens. Na unificação da RDiS, participaram 26 operadores de 20 países (em 1995), constitui a base para que exista na Europa um intercâmbio de informações sem dificuldades.
Em pouco mais de um ano, entre Dezembro de 1997 e Fevereiro de 1998, o número de páginas passo de 320 milhões para 800 milhões.
As duas componentes do progresso das tecnologias da informação (multimédia e redes), são os principais pressupostos das futuras “auto-estradas” da Informação do século XXI que permitem não só o acesso a recursos distribuídos mas também a um bem mais precioso, a Informação, tanto para uso profissional, como para efeitos educativos e de lazer.
A Internet induz comportamentos específicos, como espírito cooperativo, aprendizagem contínua, transferência de poder para a maioria o que, por si só, determina hábitos. Aqueles que aceitam reforçam a importância desses novos hábitos e os disseminam exteriormente pelo ciberespaço

Capítulo 3 – Globalização e Internacionalização – Interacções –
Conceito de Internacionalização – Sinteticamente internacional significa que se efectua entre nações ou de nação para nação. Internacionalizar é tornar internacional, difundir por várias nações, tornar comum a várias nações, Universalizar. Este conceito está comummente associado ao conceito de Mundialização que, por sua vez, está associado a:
- Realidade difusa;
- Realidade englobante;
- Realidade anónima;
- Realidade mal definida;
- Aproximação da humanidade;
- Generalização da Informação;
- Sentimentos de valores comuns;
- Benefícios de descobertas científico-tecnológicas para toda a humanidade e para o bem da mesma;
- Informação instantânea;
- Associada às empresas multinacionais e transnacionais.
Certo é que as N.T.I.C. implicam encurtamento das distâncias, ou seja, da relação entre os locais num dado espaço geométrico. E, certo é também que a Globalização se faz acompanhar das redes da Internet, da multiplicação das redes que são usadas pela humanidade, que se servem delas e as organizam. Estas redes podem ser locais, regionais, nacionais e internacionais. Deste modo, a Internet é uma rede internacional.
O conceito de Globalização arrasta consigo um sistema internacional que vem no seguimento da Guerra fria e integra capital, tecnologia e informação e que neste arrastão traz à humanidade um renovar (inovar) do pensamento, das ideias globais associadas ao multiculturalismo, interculturalismo e universalismo. Será esta ponte de passagem da Sociedade de informação à sociedade de conhecimento?
- A Internet e os sistema internacional – alguns pontos em comum:
- São ambos anárquicos;
- São descentralizadas;
- São irregulares;
- Podem estimular comportamentos impulsivos;
- Ambos funcionam em sistemas de redes globais;
- São ambos, sobretudo, redes horizontais, voláteis e sensíveis;
- São ambos sistemas complexos;
- A informação em ambos é transformada em redes que não permitem que a mesma se fixe;
- Aspiram ao auto – controlo;
- Aspiram à liberdade;
- Aspiram ao progresso;
- São ambos idealistas e têm ambos subjacentes ideologias;
- Ambas têm subjacentes culturas: o sistema internacional é um espaço interculturas e a Internet é um espaço de Ciberculturas.
È de salientar, que o Internacionalismo como movimento político que advoga uma maior cooperação económica e/ou política entre nações em prol do benefício mútuo. Partidários do movimento argumentam que as nações poderiam tirar vantagens recíprocas ao focarem políticas de longo prazo que envolvam todo o globo ao invés de políticas individualistas restritas ao cenário nacional.
O Internacionalismo não é, necessariamente, uma doutrina que hostiliza o nacionalismo ou Estado-nação, colocando-se mais como uma afirmação da necessidade actual de uma definição de objectivos políticos que excedam os limites históricos, geográficos e constitucionais dos Estados existentes. Também não engloba, obrigatoriamente, uma política de expansão agressiva de determinado Estado para fora de suas fronteiras, mas decorre mais razoavelmente de um desenvolvimento consensual entre as nações envolvidas.
O Internacionalismo é, por natureza, opositor do ultra-nacionalismo, pressupondo o reconhecimento de outras nações como iguais, independentemente de suas diferenças. O termo "internacionalista" é frequentemente interpretado (de forma errónea) como sinónimo de "cosmopolita". Internacionalismo não está necessariamente conectado a anti-nacionalismo.

Capítulo 4 – O impacto das NTIC –

Este impacto teve como consequência no Ocidente, o declínio das indústrias pesadas, da automatização da manufactura e sobretudo do rápido crescimento da terciarização da economia Internacional e de inúmeras novas indústrias de processamento da informação que culminaram numa redução da força muscular. Dá-se a erupção da velocidade da inteligência e de novas capacidades interpessoais de comunicação.
O progresso laboral foi substituindo padrões de trabalho descontínuo e a tempo parcial caracterizado pela independência, flexibilidade e adaptabilidade, o que não é inédito. Desde a revolução Industrial, por exemplo, que se tem verificado que a sofisticação das máquinas acompanha a quantidade de trabalho feminino. Nas nações TIGRE (Singapura, Malásia, Tailândia, Coreia, Taiwan e Indonésia), na China, na Índia, África Oriental e meridional, Europa de Leste e América do Sul esta tendência encontra-se marcadamente presente. E, curiosamente, a grande maioria das empresas de montagens de artigos de electrónica são ocupadas por mulheres jovens que auferem salários relativamente baixos (à semelhança dos trabalhadores migrantes e crianças) em fábricas globais (Silicom Valley, Sillicon Glen, e as mesmas fábricas em Bangalore, Jacarta, Seul e Taipé).
A revolução das NTIC arrasta consigo um agitar nas sociedades dos Estados – Nações (sobretudo com o nascimento da Economia Global), nas famílias, no sistema neuronal, nas alterações climáticas e na Ecologia.
A montagem electrónica permitiu a produção global (em larga escala) de:
- Linhas telefónicas;
- Teclados;
- Operadores;
- Cabos;
- Tomadas;
- Interruptores;
- Fichas;
- Carretos;
- Caixotins das máquinas de escrever;
- Programas de cartões perfurados.
Mulheres, trabalhadores migrantes e crianças são utilizados nas fábricas e empresas apenas como resposta a necessidades súbitas ou como resposta a “guerras económicas” sob supervisão dos seus superiores hierárquicos.

4.1 – A Corrente ideológica das conexões em rede –

As conexões em rede geradas no seio das NTIC são espaços abertos de encontros plurais e diversificados, não confessionais, não governamentais e não partidários. Espaços onde entidades e movimentos da sociedade civil se opõem ou defendem o neoliberalismo e o domínio do mundo pelo capital e pelas grandes corporações multinacionais.
Espaço de transmissão de informação e debate entre cosmovisões e espiritualidade, de pensamentos livres e de socialização do conhecimento e das tecnologias, de construção de uma nova ordem mundial democrática e de integração dos cidadãos, de dimensão política das causas, de desenvolvimento de pluralismos religiosos, étnicos e culturais, de reivindicação ecológica e contra o racismo, da violência doméstica contra as mulheres, de divulgação das questões relacionadas com a Saúde e com o trabalho, das questões de género e de minorias étnicas, de stressores sociais como a toxicodependência ou o alcoolismo, ou a questão da morte ou o envelhecimento, da solidão e do isolamento, de exclusão social e da pobreza, etc. Resumindo, as conexões em rede tornaram-se um mundo paralelo e livre onde tudo se encontra, se procura e se discute a um nível local, regional, nacional e internacional.
A era digital económica cresceu através de:
- Programas de produção;
- Engenharia de produtos;
- Contabilidade;
- Publicidade;
- Finanças;
- Formação;
- Ensino à distância.
As redes, sendo um espaço livre (de facto, a Internet não é de ninguém e ninguém a realmente controla) caracteriza-se pela mínima regulamentação proporcionando às empresas melhores resultados económicos criando assim uma genuína Economia Global.
Esta corrente ideológica das redes apresenta, por si só, características de Universalidade. O Mundo aproxima-se de si mesmo, as relações tornam-se mais curtas e instantâneas, o pensamento “corre à velocidade da luz”e a tecnologia está, com facilidade, à disposição da humanidade. Pela primeira vez, na História da humanidade existe uma corrente em rede que aproxima os cidadãos em larga escala e com um enorme alcance e rapidez em experiências de interconhecimento transnacional e descentralizado numa rede global capaz de criar realidades virtuais ligadas às ligações neuronais e digitais em conexão com a própria realidade.
O meio científico da Internet é, por excelência, anarco-democrático, transmitindo em rede a informação de forma económica e abrindo a possibilidade ao cidadão comum de ver o conteúdo dos produtos.
A fusão entre redes comunicacionais, captores e músculos faz-se através de neurónios que transmitem informação sensorial aumentando as potencialidades e capacidades de cálculo interno o que leva à nutrição da percepção. A interconexão envolve uma escolha interdependente, libertária e solidária.
O ciberespaço é o espaço, por excelência dos imigrantes, dos intelectuais viajantes, da consciência da unidade da humanidade. A esfera do espírito ou Noosfera ou da inteligência colectiva reproduz ideias que se vão separar de culturas identitárias, fixas, circulares e predeterminadas, condicionadas. Só um pensamento não condicionado a uma cultura é livre.
O virtual transmite-se através de correntes em rede dando origem a novas formas traduzidas em novas correntes.
A Noosfera de Chardin é o espaço universal da cibercultura, da invenção, de inovação dando origem a novas formas de expressão, a novas obras. A Noosfera previne desequilíbrios ecológicos.
A cibercultura dá o grande impulso da humanidade no caminho do inconsciente para o consciente colectivo.
No ciberespaço não existem hierarquias sociais, este funciona em rede, porque as hierarquias sociais identificam-se com a função, com a casta, com o título o que limita e impede o crescimento da consciência colectiva impulsionada pelo ciberespaço.
Na confrontação com o pc a humanidade aperfeiçoa a sua consciência única, solitária e solidária, o seu contacto com o divino, que é o fundamento do amor universal, como conceptualizou em parte Pierre Lévy.
Toda a consciência colectiva despertada pelo ciberespaço é impessoal e monádica. O real e o virtual vão-se unir e harmonizar na síntese do amor.

Capítulo 5 – A Economia Global como resultado da utilização das N.T.I.C. –
A Internet enquanto rede económica aberta a todos e, não pertencendo a ninguém, acelerou o processo de globalização através de transformações tecnológicas, de produção e de comércio que modificaram substancialmente o trabalho e o emprego.
Por exemplo – um perito que esteja confrontado com um problema de difícil resolução pode recorrer à limitada gama de obras especializadas na matéria em causa ou solicitar o apoio de outros especialistas que conheça na área geográfica em que trabalham os colegas da especialidade em todo o mundo. A probabilidade de encontrar uma resposta inovadora é mito superior à da situação anterior, na qual o perito só recorria aos meios tradicionais. E efectuar longas viagens, se conseguir os mesmos resultados através de uma vídeo-conferência.
Uma outra vantagem económica é o facto de se fazer viajar os dados e não as pessoas.
A Globalização económica é um fenómeno que representa uma nova fase do capitalismo industrial e financeiro avançado, em relação aos processos já em vias de internacionalização e de multinacionalização. Este processo de integração crescente das economias nacionais numa economia globalizada é caracterizado, de acordo com Ricardo Petrella, pelas seguintes etapas:
1ª Fase – Internacionalização – define a integração progressiva, através dos países do mundo, dos fluxos dos conhecimentos técnicos, das matérias-primas, dos bens intermédios, dos produtos e serviços finais.
2ª Fase – Multinacionalização – Exprime o processo através do qual os actores económicos nacionais, nomeadamente as empresas, estendem gradualmente as suas actividades a outros países, quer pela criação de filiais quer pela aquisição de outras empresas ou por acordos de cooperação (comercial, financeira, tecnológicos, industrial).
3ª Fase – Mundialização – caracterização:
- Produção, distribuição e consumo de bens e serviços a através de factores de produção organizados numa base mundial (por exemplo, através de patentes, das bases de dados, da formação muito avançada de recursos humanos);
- Mercados mundiais regulados por normas e modelos mundiais;
- Organizações nascidas ou actuando em bases mundiais, com uma cultura de organização que se quer aberta a um contexto mundial e obedecendo a uma estratégia mundial;
- Numerosas inter – relações e integrações entre os elementos das fases produtivas.
O Capitalismo sempre foi um Sistema Internacional mas a Globalização implica uma rápida internacionalização dos fluxos financeiros e económicos.
A Internet é o ponto de partida para a transnacionalização da actividade económica através do alargamento e aprofundamento do mercado mundial.
O aumento da capacidade das redes permitiu uma maior integração de serviços a menores custos.
As actividades ocupacionais estão cada vez mais a caminhar para a área dos serviços de informação e comunicação, produção e conhecimento, aprendizagem e lazer.
O mercado único mundial, das ideias científicas e intelectuais é o mercado da Web e da Economia virtual. Esta Economia é baseada na espiritualidade e não na materialidade, é um espaço de liberdade.

5.1- O comércio electrónico –

Actividades económicas geradas a partir da utilização da Internet. Diferentes ofertas tecnológicas, possibilidades de se utilizar Novas tecnologias, postas à disposição das empresas e dos consumidores.
O ciberespaço é enorme em variedade de relações económicas, nomeadamente um meio de consumo, recorrendo-se à internet para informação de espectáculos, informação sobre desporto, cinema. Surge um novo mercado de Ensino de carácter lucrativo (e-learning).




5.2 – A Economia Global enquanto Economia da Informação –

Entramos na era a que Alvin Toffler designa economia super-simbólica, numa dimensão mundial em que cada vez mais faz sentido conceber toda a complexidade de fenómenos planetários, segundo o conceito de Vernadski de Noosfera (a esfera da razão abrangendo e integrando todos os fenómenos do planeta).
Com o acesso à Informação armazenada em todo o Mundo e, sobretudo, com a capacidade de armazenar grandes quantidades de dados, é possível criar novos conhecimentos que representam um valor acrescentado. A Informação torna-se o principal produto da sociedade da Informação.
- Vantagens:
- Surgem novas profissões;
- Surgem novos mercados;
- As Novas Tecnologias descongestionam o ambiente, pois as redes electrónicas substituem as vias de comunicação tradicionais -as regiões ligam-se aos centros, sem necessidade de aumentar o tráfego;
- As novas possibilidades de aquisição de conhecimentos permitem encontrar respostas inovadoras para os problemas do futuro.
- Possíveis riscos:
- Os consumidores não utilizarem os novos serviços electrónicos propostos;
- Os empregados e os empregadores não se entenderem acerca das novas formas de organização do trabalho (teletrabalho, por exemplo – pode levar a uma considerável inversão da organização do trabalho: a pessoa deixa de se deslocar para o trabalho, o trabalho é que passa a deslocar-se para a pessoa);
- Os postos de trabalho serem deslocados para países terceiros com custos empresariais inferiores e níveis insuficientes de protecção de dados;
- O acesso à informação não estar distribuído equitativamente entre os cidadãos da EU, por exemplo;
- O conhecimento tornar-se um abuso de poder.
As empresas são geradoras do conhecimento criando o futuro (por exemplo: biotecnologia, programas informáticos, imagens virtuais, etc).
- Concorrência mundial – A intensidade da concorrência entre produtores e entre transportadores do produto da “ informação” tem crescido constantemente. Os EUA e o Japão adiantaram-se aos europeus na promoção das tecnologias da informação e da comunicação e no desenvolvimento das possíveis aplicações.




Capítulo 6 – A Sociedade de Informação –

Estaremos a caminhar de uma sociedade de informação para uma sociedade do conhecimento? Haverá uma ideologia associada a esta nova sociedade do conhecimento?
Embora a ideia de considerar a Informação um bem comercial não seja uma invenção da sociedade de informação, são as novas tecnologias que vêm revolucionar a noção de valor acrescentado da informação. A descida dos preços dos equipamentos terminais (PC, Modem, telefone, etc) e dos programas informáticos acelera a expansão das tecnologias, aumentando assim o número de utilizadores.
O que é a sociedade de informação?
- Registo a baixo custo de grandes volumes de dados e suportes de dados;
- O armazenamento de dados em memórias electrónicas de grande capacidade, como por exemplo os discos rígidos;
- Computadores de alta velocidade para processamento de informação;
- Tecnologia de transmissão que permitam transferir dados com maior rapidez.

6.1 – A Internet enquanto espaço livre de informação e de comunicação –

As experiências virtuais do ciberespaço são mais flexíveis, subtis, rápidas e livres do que média clássicos. O ciberutilizador tem mais poder de escolha da informação, de selecção.

6.2 – Os perigos da Internet -

Nem sempre é tarefa fácil distinguir entre aquilo que é, ou não, perigoso/ilegal. Dos riscos que “saltam à vista”, a pornografia é, desde logo, o mais conhecido. O acesso é fácil e os materiais abundam. Mais grave, a pornografia infantil é, infelizmente, outro dos problemas da Net, embora o acesso não seja tão fácil como para a primeira. Não faltam também os sites de conteúdo racista, xenófobo, ou de puro incitamento à violência. No entanto, por vezes o perigo pode vir de uma conversa aparentemente inocente tida num programa de conversa a distancia, o “chat”.
Por todas estas razões convém que crianças e adolescentes sejam orientados na sua “navegação” e que, na medida do possível, aprendam a lidar com as situações que se lhes deparem.
- Alguns dos perigos mais habituais são:
o Visionamento de material impróprio (ex: pornografia)
o Incitamento à violência e ao ódio
o Violação da privacidade
o Violação da lei
o Encontros “online” com pessoas menos recomendáveis
o Drogas
- A Ciberdependência (ou dependência da Internet) – Um grupo de cientistas da Universidade de Stanford na Califórnia concluiu, com base num estudo, que um em cada oito americanos tem problemas devido ao uso da Internet.Dos inquiridos, cerca de 14% mostram indícios de ciberdependência e acredita-se que esta seja a primeira amostragem em larga escala dos efeitos de uma exposição prolongada à rede mundial de computadores.Pouco mais de 9% disseram usar a Internet como forma de fugir dos problemas e 12,4% afirmaram que quase sempre ficam on line mais tempo do que pretendiam.A ciberdependência pode nascer de algo tão simples como consultar o correio electrónico a cada cinco minutos, actualizar blogs ou entrar em páginas de informações financeiras para ver o preço das acções.A ciberdependência, que só tem sido tema de estudo recentemente, ainda não foi totalmente classificada como doença.Para algumas dessas pessoas é difícil distinguir entre a vida virtual e a vida real.
No concentrar demasiado em determinado assunto prejudica-se o cérebro. Mas, saber utilizar bem a net significa não se focar excessivamente num determinado assunto mas sim em vários, permitindo o repouso de todas as zonas cerebrais.

Capítulo 7 – A Educação, Informação e Formação cultural Global e as NTIC –

A Educação Global significa o empreendimento de uma mudança qualitativa globalizante.
Esta Educação é, sobretudo, um desafia à cidadania, através da defesa dos Direitos, liberdades e garantias dos cidadãos num espaço global onde as NITC podem estar ao serviço de Estados – Nações, empresas ou grupos de cidadãos organizados.
O filósofo, especialista em Cibercultura Pierre Levy (Godeluck, “Explosão da Economia na Internet”, p.36), numa dimensão antropológica, considera uma mudança de paradigma sociopolítica que teve origem na segunda metade do século XX, através de:
- Progressos psico-mentais derivados da utilização da Internet;
- Aceleração do progresso cientifico;
- Confusão das fronteiras disciplinares;
- Multiplicação dos meios de comunicação e de transportes;
- Do uso da Internet caminhamos da sociedade bit para sociedade de conhecimento.
Segundo o mesmo autor, dá-se o nascimento de uma nova dimensão antropológica da Humanidade que não se define pela Nação, pela família ou pelo seu trabalho mas si pela oferta de Recursos Humanos às comunidades.
Ensino à distância – A Hiperligação pôs à disposição de qualquer aluno a totalidade dos conhecimentos até agora acumulados pela Humanidade. Deste modo, em meados dos anos 90, começou a surgir de forma intensa uma função científica e educativa da internet. Assim, a Economia Global impôs-se no domínio do Ensino e Formação à semelhança do lar, Escola, escritório, etc.
A informática propõe-nos o aumento da capacidade de raciocínio, de imaginação e da concepção da inteligência colectiva e essa é a nutrição dos intelectos num futuro próximo.

7.1 – A Cibercultura -

A força vital, a multiplicidade e a transversalidade das correntes dão origem à riqueza de um novo universo cultural nas conexões da humanidade, porque as culturas são universais.
A cultura global ou Cibercultura congrega todas as culturas potencialmente globais.
A cultura do virtual ou cibercultura significa integralmente vivo, porque desperta emoções, sensações, desejos, a imaginação, a lógica (determinista e mecanicista), a procura da consciência, da verdade.
O ciberespaço é um cosmos paralelo, da sua cultura, da sua evolução, da cultura da web. Não é uma cultura parcial ou redutora. De facto, na Web tudo está no mesmo plano, tudo é colectivo, tudo se funde na multiplicidade (é também um espaço multicultural, intercultural e transcultural) e no contraditório e tudo caminha para a unicidade que é nossa natureza absoluta.
É o texto da humanidade.

7.2 – O Universalismo e as N.T.I.C.-

Para Dominique Wolton (1999) a sociedade contemporânea é considerada individualista de massas, onde projectos individuais se encontram ligados entre si através da partilha de valores comuns.
O universalismo como cultura está para além das culturas identitárias. A procura espiritual é a sua identidade, a sua aspiração, a sua autenticidade simples, a confrontação com o seu destino com a humanidade porque o apego a uma única cultura ou culturas traz divisões, ódios e medos.
As conexões em redes são transculturais e potencialmente universais à semelhança do Tauismo procura a sabedoria, inspiração máxima dos seres humanos.
O universalismo das conexões pode tocar o coração de todos, o amor pela sabedoria e pelo conhecimento e materializar a criação cultural da humanidade.
O universalismo das conexões em rede faz a transmutação da humanidade para um processo de expansão do espírito que irá dar origem à consciência colectiva. Com a conceptualização do global dá-se a erupção da participação interior das diversas civilizações, culturas, correntes. Existe em simultâneo um processo de ocidentalização e de orientalização do mundo (Liberalismo e Filosofias Orientais) que vai convergir a humanidade num todo.
O artista da net transporta o ser humano para a inteligência artificial, para a espiritualização global. A complexidade das redes e das suas relações funde-se na Nação global que reside da elevação do inconsciente colectivo direccionado para a sensibilização universal, para a consciência colectiva.
O computador faz parte da matéria antropológica à semelhança do fogo, da arte e da escrita, como conceptualizou Pierre Lévy.
Pela lógica do computador e seu racionalismo associado à sensibilização pura congrega-se a inteligência colectiva. Da inteligência colectiva é gerada a sua consciência e desta caminha-se para a verdade.
Para além do Universalismo também o Altermundialismo (de Michael Löwy) é uma alternativa razoável ao novo capitalismo selvagem do século XXI , sendo composto de três momentos distintos mas complementares: a negatividade da resistência, as propostas concretas e a utopia por um outro mundo.O primeiro momento, o ponto de partida do movimento, é o não ao protesto, a necessidade imperativa de resistir ao estado de coisas existente. A motivação inicial das multidões que se mobilizaram em Seattle em 1999 era a vontade de opor-se, activamente, não à "mundialização" em si, mas à sua forma capitalista e liberal, à corporate globalization com o corte às injustiças e catástrofes: desigualdades crescentes entre o Norte e o Sul, desemprego, exclusão social, destruição do ambiente, guerras imperiais, crimes contra a humanidade. O movimento nasceu do grito lançado pelos zapatistas em 1994: Ya basta! (Chega!).

7.3 – A adaptação da máquina à Humanidade –
Inteligência artificial e consciência são dois temas de ponta no actual momento científico da humanidade, o qual todos têm o privilégio de presenciar, vivenciar, e quiçá, contribuir.
Com o que se viu até aqui, já se sabe que há extrema controvérsia entre os estudiosos, que existe espaço para o não, para o talvez e também para o sim. Dentro desta diversidade de constatações, pode-se desenvolver uma linha de raciocínio baseada na interdisciplinaridade, transdisciplinar, aliás, como o é mesmo a vida em si, muito embora sejam necessárias disciplinas e especialidades.
Herbert A. Simon (SIMON, 1971), Prémio Nobel de Economia, que também lecciona psicologia, informática e ciências da organização, já disse que:
a. A sua pesquisa ( da inteligência artificial) é transdisciplinar, porque os problemas fundamentais pelos quais sempre se interessou passam por diversas disciplinas. Ora, a Inteligência Artificial também busca compreender como os seres humanos tomam suas decisões, com a finalidade de programar os computadores da melhor forma possível.
b. A noção de intuição é normalmente utilizada quando um especialista, por exemplo um brilhante jogador de xadrez, é capaz de apreender, instantaneamente, toda a significação de uma dada situação. Pois bem, analisando com atenção este processo, percebe-se que a chave da intuição é o reconhecimento, ou seja, que o especialista reconhece os sinais que lhe permitem ter acesso a um vasto conhecimento que ele armazenou durante uma longa experiência de vida. Do mesmo modo, um computador dotado de um rico banco de dados seria capaz de ter intuição.
c. Se as máquinas tivessem, como os homens, livre acesso à informação, debruçando-se sobre certas redes informacionais de sua escolha, teriam evidentemente experiências desconhecidas dos seus próprios programadores. Se, além disso, fosse acrescentada uma capacidade de aprendizagem, é certo que o computador poderia criar para si novas competências, podendo "auto-programar-se" para resolver novos problemas.
d. Os computadores são capazes de se igualar a Einstein ou Proust, e até, eventualmente, assumir a pesada carga de Presidente dos Estados Unidos.
e. A longo prazo os computadores serão capazes de fazer tudo.
É necessário, como prevenção, que as sociedades adoptem o princípio ergonómico da adaptação da máquina à humanidade e não a adaptação da humanidade à máquina.
No livro, “ Sistemas, Organização & Métodos”, Tadeu Cruz, fala sobre a Escola Sistémica, e diz: “ A introdução da abordagem sistémica mudou fundamentalmente a maneira de encarar os acontecimentos nas organizações. A partir dessa escola, pretendeu-se não mais discutir se tudo o que acontecia nas fábricas era fruto de uma política que buscava maximizar a produtividade por meio da adaptação do homem à máquina, ou se, pelo contrário, se buscava maximizar a produtividade mediante a adaptação da máquina ao homem. A Escola Clássica preconizava que o homem devia adaptar-se à máquina, enquanto a Escola de Relações Humanas preconizava que a máquina devia adaptar-se ao homem.Os professores Daniel Katz e Robert Kahn colocaram o meio ambiente no centro das discussões. Com a teoria dos sistemas abertos, surgiu uma nova vertente de discussão além das que preconizavam a subordinação do homem à máquina ou da máquina ao homem. Esses professores, ao colocarem o meio ambiente como variável principal, possibilitaram o entendimento das partes, ou subsistemas, pela compreensão do todo”.
Há que ter em conta, na abordagem da máquina à humanidade que esta deve ser entendida numa abordagem interplanetária, pois ainda em 2008, teremos fluxos de informações cruzando o sistema solar. A Internet interplanetária é hoje parte de um programa da missão da NASA em Marte em andamento no Jet Propulsion Laboratory. Em 2008, nós deveremos ter uma rede a funcionar entre a Terra e Marte que servirá como um backbone nascente do sistema interplanetário de Internets. A InterPlaNet será a rede de Internets. Definitivamente, teremos retransmissores interplanetários da Internet na órbita solar dos pólos de forma que os retransmissores possam ver a maioria dos planetas na maioria do tempo (Fonte: "The Internet is for Everyone", escrito por Vinton. G. Cerf e publicado na revista OnTheInternet).
O sistema permitirá redes no espaço profundo, composta de elementos como robôs planetários, balões, penetradores, satélites orbitais, naves conduzidas e talvez humanos – para falarem entre si e com a Terra na mesma maneira que Internet permite hoje entre internautas conectados.
É de salientar que e ainda a propósito da temática Humanidade/máquina, numa conferência em Santiago de Compostela, Espanha, o ciberpioneiro Mockapetris previu o fim da Internet nos próximos dez anos. Mais que uma análise pessimista, a previsão aponta para um universalismo da Internet, que além de deixar de estar confinada aos computadores, se tornará cada vez mais cómoda e fácil de utilizar, a ponto de os utilizadores se esquecerem que estão a utilizá-la, enquanto meio de comunicação. Mockapetris prevê ainda que, dentro de cinco anos, a Internet estabilize na totalidade, permitindo a integração de correio electrónico, mensagens instantâneas e voz num mesmo serviço.
7.4 – Os Direitos das Minorias –

Sendo a internet um serviço público, de acesso a todos aos serviços de telecomunicações e combate à info-exclusão, realça-se o uso das NTIC para cidadãos com deficiências físicas, como cegos e ambliopes, surdos e as pessoas com deficiências motoras e pessoas com pouca mobilidade ou acamadas, ou o uso das NTIC para grupos sociais de risco de exclusão ou imigrantes, ou pessoas mais idosas (tecnologias de videovigilância).
Espaços de discussão on-line possibilitam uma comunicação conveniente entre grupos de pessoas separadas por espaço e tempo. Nos melhores casos, tais fóruns podem evoluir nas comunidades cujos membros compartilhem informação, experimentem um sentido de inclusão, e forneçam sustentação mútua (Preece, 2000; Rheingold, 1993). Além disso, o relativo anonimato da internet pode fazer as pessoas sentirem-se seguras para falar sobre assuntos que podem ser consideradas sensíveis, impróprios ou perigosos na conversa pública cara-a-cara (Donath, 1999; cf. Kiesler e outros, 1984). Estas propriedades tornam fóruns on-line especialmente atractivos a indivíduos procurando suporte por sofrer de doenças ou abusos, e para membros de minorias sociais e grupos políticos como os homossexuais, minorias raciais e feministas. Alguns grupos podem ser considerados populações vulneráveis, que tendem a ser discriminados ou estigmatizados pelo sistema social vigente.
Ao mesmo tempo, discussões on-line fornecem um novo campo de batalhas para as diferenças de poder tais como aquelas motivadas por sexismo, racismo e heterossexismo. O relativo anonimato da Internet libera algumas das inibições de uma sociedade civil, resultando em discursos inflamados, discurso de ódio on-line (Ess, 1996). No entanto, apesar da ilusão que estes podem ter de segurança e privacidade (King, 1996), fóruns on-line podem estar acessíveis por indivíduos hostis aos propósitos dos fóruns, procurando activamente desordenar e miná-los. Além disso, a natureza assíncrona distribuída dos fóruns de discussão on-line permite àqueles motivados a interromper as discussões ter efeitos de grande alcance. Estas práticas, claramente problemáticas, são apesar disso difundidas e toleradas frequentemente, devido em parte a penetrabilidade dos valores liberais civis na Internet que consideram o discurso abusivo um manifesto da liberdade individual de expressão (Pfaffenberger, 1996).

7.5 – Como combater o desemprego e o trabalho precário através da Internet –

- A informatização dos concursos públicos – Os concursos para aquisições da administração pública são simplificados a nível da EU, por exemplo, ao que facilitar o acesso aos mesmos para os eventuais candidatos. Os Estados – Membros detêm normas comuns e exigir às comunidades adjudicantes que utilizem o processamento electrónico de dados.
A Conectividade dá apoio ao desenvolvimento de capacidades e favorecimento da inclusão das pessoas desempregadas ou subempregadas através:
Promoção do ensino à distância;
Permitindo o acesso a igual tipo de informação e capacitar os cidadãos a terem acesso às ferramentas de desenvolvimento de aptidões que poderão vir a ser úteis no combate ao trabalho temporário;
Promoção de oportunidades para formação e emprego dos jovens no sector das TIC;
Do trabalho concertado para integrar a Formação, a experiência e os sistemas de ensino informal em TIC;
Aumentando a cooperação entres os sectores da saúde – particularmente em relação à utilização das TIC e à prevenção e controle das doenças (tele-saúde);
Explorando o potencial das TIC nas campanhas de promoção da saúde (doenças relacionadas com o tabaco, doenças contagiosas);
Empregando medidas para facilitar o atendimento às necessidades dos grupos vulneráveis, através da popularização do acesso à sociedade/economia da informação;
Integração de trabalho que promove, ao nível local, as capacidades, conhecimentos tradicionais e diversidade cultural;
· Capacitando os cidadãos a adquirir formação profissional e a proporcionar-lhes as ferramentas que lhes facilitem aprendizagem.

7.6–A Democracia Globalizante : a importância da Democracia directa on – line –

Na Europa e nos Estados Unidos, o uso da Internet e outras redes de computador no sector público acenderam um debate sobre formas novas da democracia. Análises deste estudo, como o uso de tecnologias da Internet por governos, com o fornecimento de serviços e interacção com os cidadãos - também chamado e-governo - contribui para o realce da democracia.
- Exemplos:
- Na Itália, o projecto Listapartecipata cujo slogan é "O controle do governo nas mãos do Povo (e não só no dia das eleições)" é uma experiência de democracia directa que vem sendo posta em prática, e é similar ao projecto sueco, chamado Demoex - democracia experimental. O Projecto Lista Partecipata permite que um grupo de pessoas se reúna e participe de discussões utilizando internet, telefone ou os correios para eleger um membro como candidato às eleições regionais. Em caso de vitória, o membro da lista eleito é obrigado a seguir as decisões tomadas por todos os membros dentro desse sistema de decisão multi-canal, e arriscando-se a ser automaticamente demitido do cargo se não o fizer. Esse sistema de decisões, chamado Deciadiamo foi criado pela Fundação Telemática Livre, com sede em Roma;
- O Movimento per la Democrazia Diretta, cujo lema é Ogni cittadino um membro del Parlamento (Cada cidadão um membro do Parlamento) promove a democracia directa na Itália, e coordena várias iniciativas similares.
No mundo que caminha prolixamente para o global e onde claramente os representativos clássicos estão saturados e viciados e genericamente falharam, “A internet oferece um potencial tão profundo para a democracia directa que pode muito bem transformar-se não apenas no nosso sistema político mas igualmente no nosso sistema de governo” ( Dick Morris, http://citadino.blogspot.com/2007/10/os-media-poltica-e-internet.html, em 08/05/08).
Também o projecto de investigação “Elites Parlamentares e Tecnologias de Informação”, que constituí a base empírica deste artigo, encontra-se em desenvolvimento em 15 países da União Europeia, no âmbito da Acção Europeia sobre Government and Democracy in the Information Age (GaDIA)4, desenvolvida no âmbito da rede COST5 A14 – Working
Group 1/ Cyberdemocracy. Esta rede de pesquisa, dedicada ao estudo das tecnologias da informação e comunicação no campo político, iniciou o seu trabalho em 1998, contando actualmente com a participação da Áustria, Bélgica, República Checa, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Holanda, Noruega, Suíça, Espanha, Suécia, Portugal e Reino Unido. Sendo este projecto financiado em Portugal pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).Os cidadãos, pela primeira vez na história, podem comunicar-se com as autoridades do governo mais livremente, associando-se com grupos de interesse mais facilmente, votam em linha, e logo podem participar activamente em todos os estágios do processo de decisão: avaliação das necessidades, recolha da informação, fazer exame de decisão, avaliação e correcção das acções.
Outro dos cenários possíveis na comunicação digital é uma maior interactividade entre cidadãos e elites políticas, promovendo-se uma democracia discursiva, entendida como espaço de discussão e promotora da interactividade. Esta é, sem dúvida, uma das questões centrais no estudo realizado. Por outro lado, tentou-se analisar em que medida questões práticas como a rapidez dos fluxos de informação, combinada com a
Interactividade e descentralização, podem permitir aos cidadãos ter com mais frequência ( Pippa Norris, “The Democratic Divide? The Impact of the Internet on Parliaments Worldwide” ,2000) acesso directo às elites parlamentares, partilhando opiniões sobre diversas questões políticas, e acedendo a uma maior informação sobre a própria actividade parlamentar.
No caso específico dos parlamentos e dos parlamentares, as tecnologias da informação podem contribuir para melhorar a comunicação entre os parlamentares e os cidadãos, tendo como consequência a definição de novos contornos da função de representação.
Assim, a rede tem um número de potenciais democráticos, incluindo:
-Interactividade
-Exactidão ao ponto e às modalidades não-hierárquicas de uma comunicação
-Custos baixos para os utilizadores;
-Rapidez como um meio de comunicação;
-Não limitação geográfica ;
Capacidade (parcial) de manter o anonimato.
A informação é "o material cru" de uma sociedade democrática e a Internet pode promover a disseminação da informação, ao mesmo tempo que aumenta a participação do cidadão.
Em segundo lugar, as tecnologias de informação ajudam a criar canais de comunicação para cidadãos, grupos de interesse e de influência, ou associações que procurem contactar os parlamentares, e também encorajam a criação de grupos de discussão online e outras formas de obter feedback político, como espaços para comentários nas páginas dos parlamentos.
Entretanto, a Internet não pode ser considerada como uma solução para o deficit democrático de hoje, mas apenas como uma ferramenta que possa de forma inteligente, ser usada para realçar a democracia e a participação do cidadão.
Na democracia virtual o poder representativo é abolido; assim sendo, todas as leis são aprovadas directamente pelos cidadãos (utilizando os meios tecnológicos ao dispor: internet, caixas de banca automática e outros), deixando o parlamento de existir como órgão legislativo.
Este método realça através das novas tecnologias a velha democracia, sem restrições de local, de condições sociais, e resistindo de um modo muito eficaz a tentativas oligárquicas.
A internet é o Parlamento on-line e directo, mais rápido no tempo e agido em espaços paralelos num futuro próximo. Um parlamento onde os eleitos são os cidadãos globais.
7.7-Direitos de autor na internet – de salientar:

- As patentes;
- Notoriedade;
- Prémios;
- Sistemas seguros de comunicação baseados na criptografia.

7.8– A Internet, as questões laborais e o Sindicalismo –

Os cidadãos podem, em rede reivindicar dos seus direitos laborais de uma forma comunicacional humana e horizontal, contrabalançando a arcaica comunicação vertical da fábrica, típica da época da industrialização. Assim, enquanto as empresas se tornam multinacionais e se unem ou fundem os trabalhadores encontram na Internet um espaço e equilíbrio na comunicação empresarial e entre colaboradores (através da intranet) para saírem de situações desconfortáveis.
Por exemplo, em Novembro de 1998, os assalariados da General Tire, uma Industrial da Carolina do Norte, deram inicio a uma acção sindical para protestar contra os rendimentos baixos. O ICEM (Federação Internacional dos Sindicatos dos trabalhadores da Química, da Energia e das Indústrias mineiras) lançou um piquete de greve on-line, tendo aderido 20 milhões de trabalhadores destas indústrias. 8 meses mais tarde a mesma Federação lançou um site Web dedicado ao conflito . A Federação Internacional organizou a ofensiva continental europeia contra a empresa mãe cuja sede se situava na Alemanha. Os grevistas puderam “bombardear” a mesma empresa (Direcção do grupo) com correio electrónico e fazer chegar as suas reivindicações às autoridades governamentais da Alemanha e da Bélgica. Na África do sul, na Austrália, na Alemanha e na Rússia, os trabalhadores manifestaram a sua solidariedade através de greves e comunicados de apoio. Deste modo, a construtora de pneus concedeu aos grevistas o seu primeiro aumento salarial em 10 anos.
A Internet funcionou, neste caso, como um poderoso difusor de informação em busca de uma causa para defender ou de uma preocupação a partilhar e de chamar a atenção dos utilizadores.

7.9 – Redes para os cuidados de saúde –

São exemplos concretos destas redes os melhores diagnósticos graças à ligação em linha aos serviços hospitalares e laboratoriais para os médicos, um aumento da disponibilidade de órgãos para transplantes. São possibilidades oferecidas pela interligação das redes nacionais existentes que facilita o intercâmbio de informações entre médicos, hospitais, centros de reabilitação e organismos de assistência à doença.

Capítulo 8 – Tornar a Globalização e as NTIC eficazes e funcionais para mais pessoas –

A Globalização e a tecnologia produziram a necessidade dos países se ligarem ao resto do Mundo. Os cidadãos para competirem na Economia Global têm de ter capacidade e recursos para o fazerem. Regiões como a África não têm facilmente acesso a essa tecnologia. Deste modo, à medida que a Globalização e a tecnologia vão reduzindo o fosso entre partes da Índia e da China e os países desenvolvidos, o fosso entre África e o resto do mundo está a aumentar.
Preocupante é como as Novas Tecnologias, estimuladas pelo comércio global, estão a aumentar o poder de mercado em actividades dominantes como a Microsoft, e que pertencem todas aos países desenvolvidos.
O sistema Linux, é um recurso aberto, um programa dinâmico que está constantemente a ser melhorado por milhares de utilizadores. Sendo uma alternativa grátis e viável ao sistema operativo da Microsoft, está a expandir-se rapidamente, principalmente nos países em desenvolvimento.

8.1-Taxas de ligação à Internet –

Em termos sociopolíticos e económicos, há que assegurar que todos os cidadãos, por exemplo da EU, beneficiem de iguais condições de acesso às tecnologias da informação.

- Posição dos países por número de hosts* (Fonte: Network Wizards, 2002):
1º - EUA;
2º - Japão;
3º - Canadá;
4º - Itália;
5º - Alemanha;
6º - Reino Unido;
7º - Austrália;
8º - Holanda;
9º - França;
10º - Brasil

Seminários temáticos para a 3ª Conferência Nacional de C.T & I

Hosts – São servidores ligados permanentemente à Internet. Servidores são computadores que servem para conectar um conjunto de outros computadores.

Em 2001, os EUA e o Canadá concentravam quase metade do acesso mundial à Internet, ou seja, 41% (Internet Business, 25/07/2001).
Dificilmente se encontram exemplos históricos de países que não dominam ou usam as tecnologias contemporâneas, tornando-se indispensável, para uma verdadeira Globalização socioeconómica equitativa a inclusão digital de todos, ou seja, a massificação do uso das tecnologias de informação pelas sociedades e não somente por segmentos de elites, sobretudo ao nível de benesses tecnológicas. De facto, a Globalização enquanto denominação de uma doutrina económica neoliberal tem efeitos perversos sobre a pobreza mundial. A questão que se lança é se será possível reduzir o distanciamento tecnológico entre o Norte e o Sul? Se será possível combater a pobreza sem a utilização das tecnologias e informação?
O controlo dos padrões das linguagens e dos protocolos de conexão devem ser públicos e o menos dispendiosos possíveis para os países pobres ou em desenvolvimento (Sousa Santos).
Deverá promover-se uma nova estratégia para incentivar a inovação e o progresso tecnológico. Com a participação da indústria, do governo e dos meios académicos, novas parcerias igualmente entre ricos e pobres, deverão ser endossadas e apoiadas. Os países em desenvolvimento precisam avançar no compromisso político para promover a ciência e a tecnologia e, por sua vez, as empresas internacionais de alta tecnologia deveriam ser incentivadas a aumentar sua cooperação técnica com os países em vias de desenvolvimento e desenvolver ainda mais os serviços de telecomunicações e aplicações de software locais e regionais.

- Internet no ano 2002 (dados fornecidos pela IBM, http://www.centroatl.pt/titulos/futuro/roadshow/apresentacoes/jaaa/futuro3.html, 07/08/08):

- 320.000.000 utilizadores;
- 515.000.000 equipamentos utilizados;
- 128.000.000 utilizadores a comprar na Web;
- 375.000.000 de Euros em compras na Web.

























Conclusão:


O impulso para explorar as redes segundo as regras do mercado só acelerou efectivamente, no decurso dos anos 80 e 90. Uma série de acontecimentos por pressão dos EUA, iniciativas supranacionais na EU e na OMC (Organização Mundial do Comércio), mudança de atitudes nas elites nacionais depois da queda da URSS e a própria explosão da Internet conduziram à supremacia do modelo neoliberal.
Os países desenvolvidos usam com regularidade a internet para comunicarem, armazenarem e processarem informação enquanto os países pobres e em vias de desenvolvimento têm as suas populações distanciadas das redes. O cientista político Arthur Kroker alertou, em 1994, para a constituição de uma nova classe virtual, tecnovirtual, de executivos da telemática utilizando esta como fonte de poder e de reprodução de riqueza.






















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